quarta-feira, 12 de março de 2014

Entre vencedores, vencidos e a premissa da ética, o futebol brasileiro ainda é algo distante do ideal




O Campeonato Brasileiro de 2013, encerrou as suas atividades com acontecimentos tenebrosos que acabaram por ofuscar o merecido título do Cruzeiro, que durante toda a competição deu mostras de um futebol alegre e galanteador, que acabou conquistando torcedores de outros clubes pelo país.
Entretanto, como aqui no Brasil o carnaval é coisa séria, e o futebol e as festividades momescas casam perfeitamente; o último episódio da epopeia futebolística não poderia deixar de ter como trilha sonora a música “Mamãe eu Quero”, uma das mais conhecidas marchinhas carnavalescas.
Colocando o episódio protagonizado pela Portuguesa e antagonizado pelo Fluminense, remetido aos versos da canção, cristalizou-se a chantagem desmedida e preconceituosa do clube carioca, que em conluio com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) enterrou de forma bizarra resultados estabelecidos em campo, lugar no qual, o futebol é resolvido. Futebol é para ser jogado, e só há vencedor dentro do campo, tudo mais que ocorra fora desse prisma é descabido e imoral.
Ao Fluminense, serviria a dignidade de compreender a ausência de técnica para manter-se na elite do futebol brasileiro. Ética é algo que faz parte do esporte também, ou será que os valores dentro do futebol mudaram? Ensina-se que o esporte aguça a compreensão de vitória e derrota, mas atitudes como a do Fluminense que foram ratificadas pelo STJD, expõem a fragilidade e as disparidades entre clubes ditos grandes e pequenos.
Lamentável o último episódio do futebol brasileiro em 2013. O que devemos esperar para 2014? Será mesmo que o Brasil terá capacidade para realizar uma Copa do Mundo tranquila e sem contratempos? O presidente da FIFA, Joseph Blatter, afirmou em uma entrevista para um grande jornal suíço, que o Brasil foi o país que mais atrasou as obras para a realização de um mundial deste que ele faz parte da instituição.
Observando nas entrelinhas, nem mesmo o Presidente da FIFA acredita no sucesso da Copa. Nós, meros brasileiros calcificados com tanta “tragédia grega” em nosso futebol, devemos ter fé, para que a Copa do Mundo de 2014, não seja uma das maiores vergonhas protagonizadas pelo Brasil, intitulado o país do futebol.
Ainda rebuscando os alfarrábios da consciência, desfazermo-nos em versos e prosa de parabenização ao Sampaio Correa, que soube apresentar as poesias futebolísticas do Maranhão, fazendo dos campos de futebol o palco para um grande recital em alusão à vitória. Foram jogos memoráveis que fizeram o Maranhão vestir-se de amarelo, verde e vermelho. Não à toa, a Bolívia Querida, carinhoso codinome de um dos times com maior torcida no Estado. Felicitações ao Tricolor, que soube resgatar o gigante que estava adormecido
Como uma grande Fênix o futebol maranhense ressurgiu, e apresentou, mesmo que de forma utópica, a possibilidade de confronto em perfeitas condições de igualdade com as demais equipes do país, principalmente do Rio de Janeiro. Levantamos essa possibilidade, justamente levando muito em consideração, o processo crescente de falência do futebol carioca.
Mas, o futebol maranhense não sobreviveu apenas de bons momentos, e um ano que poderia ter a coroação máxima, sucumbiu ao absurdo de quatro confrontos entre Sampaio Correa e Maranhão Atlético Clube em apenas uma semana. Foi surreal. Mas, são coisas que acontecem no Brasil, e principalmente no Maranhão, onde parece que tudo acontece com naturalidade e na maior normalidade.
Entre vencedores e vencidos, viradas de mesa e quem sabe, em algum estado da Federação, a contemplação da ética, o futebol brasileiro passou por 2013, enchendo o torcedor de esperanças em relação ao Hexacampeonato da Seleção Brasileira. Problemas de infraestrutura e desorganização à parte, gostaríamos de ver o Brasil apresentando um grande futebol e sagrando-se campeão em casa.
Que venha, então, 2014, com os estaduais, o campeonato Brasileiro e a Copa do Mundo. Que Deus esteja conosco. E mais do que nunca é necessário acreditar que ele é realmente brasileiro.

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