O povo grego, uma das mais
singulares civilizações, deixou um enorme legado que foi absorvido e aprimorado
ao longo dos séculos. Muitas civilizações foram edificadas nos alicerces da
cultura grega, e muitos sábios foram buscar no néctar da cultura deixada por
esse povo, a sapiência para embasar teorias que formam os pilares de grandes
teses, que atualmente sustentam os mais diversos campos do saber.
A tragédia grega expôs uma nova
maneira de perceber a sociedade daquela época, e toda essa discussão posta de
forma fidedigna e sem máscaras, colocou nos palcos helênicos a arte cênica nua
e crua, e iniciou o processo de maturação da escola literária naturalista.
Tal qual uma tragédia grega ou um
romance naturalista, assistimos atônitos ao drama de Adriano, “O Imperador”,
que parece está fadado a esse destino inexorável, que não mais condiz, com o
carinhoso apelido recebido quando desfilava talento na Inter de Milão, time da
cidade italiana que foi berço da grande civilização romana e teve em sua
política “grandes imperadores” que deixaram seus nomes grifados na história da
humanidade.
Adriano protagoniza a
espetacularização de desencontros pessoais e perturbações, que encontram morada
no seu mais intimo e longínquo espectro das razões psíquicas de sua conturbada
consciência. Não somos especialistas nessas particularidades do nosso
(in)consciente, e em dados momentos podemos estar emitindo uma opinião que não
encontra fundamentos em nenhuma teoria, ou mesmo, em qualquer achismo do senso
comum. Entretanto, é possível perceber perturbações contundentes em uma frágil
personalidade que perdeu o prazo para emancipar-se.
Os “imperadores” romanos também
tiveram as suas perturbações, como o próprio Júlio César, considerado o maior
líder do povo romano, foi um grande feitor de esquisitices e aberrações
sexuais, que envolviam orgias e zoofilia. Era uma época em que essas práticas
encontravam cumplicidade no seio da sociedade romana, que assistia a todas
essas atrocidades com bastante naturalidade.
Em nenhum momento iremos fazer
comparações, até mesmo porque os tempos são dispares. Mas, “O Imperador”
Adriano, vem sendo figura assídua em casos de escândalos e esquisitices que o
tiram cada vez mais das editorias de esportes.
É necessário que Adriano adquira
consciência dos atos que destroçam a sua carreira como desportista. As
oportunidades de dar a volta por cima estão ficando mais escassas e a ladeira
cada vez íngreme. Adriano possivelmente terá outra oportunidade de encantar-nos
com o seu futebol, caso o Atlético Paranaense não desista dele, que isso fique
claro e reluzente como ouro.
É certo que ficaremos na torcida
para que “O Imperador” volte aos palcos do futebol o mais célere possível, pois
entendemos que ele terá o discernimento para perceber que tem essa dívida
consigo. Cabe ao próprio Adriano, “Dá a Adriano o que é de Adriano”, sem nenhum
trocadilho.
Um novo ambiente de trabalho e a
proximidade da família é um ponto positivo. Ficar recluso da vida social não
será o remédio. Porém, deixar-se fazer parte da espetacularização da vida
através dos prazeres que lhes são apresentados, pode colocar em declínio
permanente a carreira de um desportista que é único em suas habilidades e
encantou o mundo quando se preocupava apenas em jogar futebol.
O povo brasileiro assiste inquieto e
esperançoso aos “Atos” dessa peça teatral da vida. O enredo que começou
enaltecendo o romance, também bebeu na fonte da tragédia, e por vários
momentos, até nos fez sorrir com as constantes babaquices recheadas de mal
humor.
Uma certeza é inquestionável: não
queremos que os próximos “Atos” nos aproximem de uma “Tragédia Grega”.
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