terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Democratização das Transmissões Esportivas: é preciso valorizar o esporte no Maranhão

Alguns poderiam dizer que é uma utopia lutar pelo processo de democratização das transmissões esportivas no país. Entretanto, o processo de democratização do Brasil também teve essa incerteza em relação ao futuro. A reflexão posta aqui chama a atenção para uma discussão mais incisiva em relação ao tema.

A caminhada é longa? Digamos que muito além do que podemos imaginar, pois nas entrelinhas dessas “articulações” existem um emaranhado de interesses, que vão desde uma simples retribuição de favores até um complexo “xadrez” político.

As grandes mídias manobram e conduzem o esporte brasileiro de forma explicita e danosa, e arrastam cada vez mais para o capitalismo famigerado esportes com estruturas amadoras, que ficam a mercê de empresários mercenários, que tal qual vampiros, sugam as últimas gotas de “sangue verde” gerado pelo esporte nacional.

Estreitando esse contexto, podemos direcionar as nossas discussões para a falta de transmissão esportiva no Maranhão. Não sendo injusto, temos que glorificar as transmissões realizadas pelas Emissoras de Rádio, que de forma capenga ainda se equilibram, mesmo que com bastantes dificuldades nos estádios de futebol e ginásios esportivos.

Por diversas vezes tentaram ludibriar a sociedade maranhense com a transmissão dos jogos de futebol pela televisão. Entretanto, essa prática teve um fundo político. A emissora em questão, não lutava para que o esporte maranhense melhorasse ou tivesse maior visibilidade, mas tentava
mostrar através das transmissões o esvaziamento dos estádios de futebol do Maranhão. Com isso, buscou chamar a atenção para a ingerência do esporte maranhense como um todo. O fato dava-se pelo governo não ser alinhado à linha editorial da emissora. Perguntamos; por que a dita emissora não proporciona novamente as transmissões esportivas do estado? Porque não mostra a falta de incentivo que os órgãos públicos dão ao desporto maranhense?

Podemos citar um fato concreto que faz uma reflexão para a mídia local e nacional: a Liga de Basquete Feminino vem acontecendo desde o final de 2011, e o Maranhão Basquete vem mostrando que o maranhense é apaixonado por esportes, sempre lotando e apoiando um time que todos sabem, não chegará às finais da competição, não por falta de talento, mas por falta de tempo para aprimorar jogadas e táticas. A crítica nasce da seguinte reflexão: quantas vezes o recorde de público no ginásio maranhense foi notícia na mídia nacional? Quantas vezes o esporte nordestino, salve Pernambuco e Bahia, ganhou destaque positivo na mídia nacional? Há incentivo do esporte no Brasil? Se há, por que a Liga Feminina de Basquete ainda não teve uma transmissão ao vivo na mídia aberta do país?

São várias questões e muitas celeumas que compõem um balaio cada vez mais complexo e articulado, que tem como finalidade chupar o “sangue verde” do esporte nacional. Uma reflexão que iremos propor nesse canal diz respeito ao esporte maranhense. Caso o futebol maranhense fosse coeso e organizado, e dele emanasse a vontade do povo, em ter um campeonato forte e com
times competitivos, será que o maranhense daria mais valor para o futebol do eixo Rio-São Paulo? Flamengo e Vasco teriam uma torcida maior que Moto e Sampaio?

Essa reflexão é posta com bastante propriedade se quisermos um dia ver o futebol maranhense sendo forte e tendo visão nacional. Cabe-nos encerrar esse texto parabenizando os profissionais do Rádio, que ainda são guerreiros e conseguem de forma milagrosa, trabalharem num meio poluído por traças que destroçam o esporte maranhense como um todo. Ao querido Biguá, deixo
o reconhecimento de ter podido assistir pela televisão a inúmeras atividades do desporto amadormaranhense, que mesmo com bastantes dificuldades fazia a alegria de muitos amantes do esporte nas manhãs de sábado da década de 90.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Democratização das transmissões esportivas

A vida nos traz novamente a sensação de renascimento e torna possível todos os sonhos que pensamos realizar neste ano que começa a florescer. Essa é a percepção de que um novo ciclo de vida se inícia com uma nova jornada de 365 dias. Partindo do princípio que é dessa forma que o futebol brasileiro se faz enxergar, então iremos nos encher de bons fluídos e torcer para que as coisas começem a mudar.

Nesse ano de 2012 os nossos artigos serão mais frequentes e mais incisivos na questão referente à democratização das transmissões esportivas realizadas pelas emissoras de TV's. É importante que venhamos a levantar essa discussão, principalmente para o bem do futebol brasileiro, que não pode ficar refém das grandes emissoras nacionais.
Para discutirmos sobre esse tema, teremos que abordar uma gama enorme de situações que vão desde acordos regionais até negociatas financeiras, que de alguma forma sustentam grandes clubes brasileiros.

A discussão que pretendemos colocar em voga, diz respeito à questão financeira como um todo. A grande mídia está cada vez mais detentora dos direitos de transmissão das atividades esportivas nacionais. Essas grandes empresas nos tendencionam a assistirmos a sua grade de programação esportiva sem ao menos nos apresentar uma outra alternativa.

O mais grave nesse contexto, é que as alternativas, ditas plausíveis, estão direcionadas a canais fechados de tv's. É corrigueiro termos dois canais de esportes nas quarta-feiras e domingos, transmitindo o mesmo evento esportivo, e isso é muito danoso para o público, pois há um desperdício muito grande de informação. Isso mesmo, informação! Por que temos a convicção de que o esporte também é tratado como informação e há muito tempo deixou de ser apenas entreterimento.

A nossa sugestão nasce da necessidade de democratização das transmissões esportivas no Brasil. Ou seja, as emissoras de tv's teriam a concessão de transmissão de todas as atividades esportivas de forma igual, com o compromisso de proporcionar ao telespectador uma programação que tornasse acessível as mais diversas modalidades esportivas.

Em um grosso exemplo, podemos fazer essa simples reflexão: uma determinada rodada doCampeonato Brasileiro de 2012, na qual teriamos grandes jogos de interesse de grandes públicos, as empresas que detivessem a concessão dos direitos de transmissão teriam o compromisso de transmitirem jogos que não fossem repassados por outras emissoras. Essa poderia ser uma alternativa para que o torcedor fosse mais respeitado.

Entretanto, as medidas iriam muito além, pois as emissoras teriam um número pré-determinado de jogos de diferentes times programados para toda a temporada, o que iria permitir que um time tivesse seus jogos transmitidos por todas as emissoras de forma igual, proporcionando assim, mesmo que de forma tímida o processo de democratização nas transmissões esportivas no Brasil.

É uma questão que remete a várias discussões, por isso pretendemos buscar junto aos nossos leitores a fomentação desse novo processo de acesso à informação esportiva, vista através desse prisma democrático, evitando assim, que tenhamos o desprazer de observar dois canais de tv's aberta com a mesma programação. Em miúdos, teriamos a oportunidade de observar a evolução de outras praças esportivas, que não fossem as já batidas Rio-São Paulo.