A poesia e a
prosa são moradas eternas para os desenganos e infelicidades da vida. O que
fazer com tamanha tristeza dentro de um peito apaixonado que bate e sucumbe
lentamente no leito da morte? Chorar não afoga as mágoas e nem ajuda-nos a
encontrar uma resposta satisfatória para os desenganos e decepções. Podemos até
poetizar coisas que nem os versos conseguem metrificar. Mas, será na ilha
desgarrada do coração ferido que a paixão maltratada irá encontrar morada.
É da
natureza humana lamentar-se pelo que foi perdido. Lutar apenas quando o fim
está perto. Tentar harmonizar sem nenhuma organização o que os caminhos da vida
ajudaram a bagunçar. Não há vitória sem luta. As batalhas estão para serem
vencidas ou perdidas. A grande diferença está na atitude diante da vitória ou
derrota. Acovardar-se diante das dificuldades são trajes dos impróprios.
Aceitar a derrota antes mesmo de entrar na batalha é indigno para aqueles que
trazem no sangue o DNA dos guerreiros.
Aceitar
pacificamente a derrota foi a premissa existente no Maranhão Atlético Clube
(MAC) no Campeonato Maranhense Chevrolet 2014. O grande campeão de 2013, que
desfilou a sua imponência no ano que passou, sucumbiu à sua própria falta de
organização administrativa. O MAC ficou refém das desordens e apenas observou
os demais times passarem à sua frente. O Bode Gregório foi indigno da presença
dos seus torcedores nos estádios. A cada nova batalha uma vergonhosa derrota
era anunciada. E mesmo nos empates o MAC comportou-se como derrotado, aceitando
o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Maranhense, mesmo antes
dessa tragédia transformar-se em realidade. O MAC foi covarde e pagou o preço
justo por se comportar como time de “bairro”.
Mesmo com
toda a desorganização do futebol maranhense, é injusto equacionar qualquer tipo
de culpa em relação ao declínio do MAC. Ao Bode Gregório cabe os desprazeres de
ainda estar insepulcro, vivendo no ostracismo do seu próprio óbito. Ao MAC,
externo os meus mais sinceros sentimentos de pesares. Poderia até conter-me
apenas como comentarista, mas acabo expondo aqui toda a minha dor e tristeza de
torcedor atleticano que sou.
Não poderia
aqui apenas mencionar o MAC, sem deixar também de comentar a situação do
Bacabal Esporte Clube (BEC), que em todo o Campeonato Maranhense Chevrolet 2014
somou apenas um único ponto. Em plena crise financeira e sem recursos
administrativos suficientes para manter-se no campeonato, o BEC passou toda a
competição sussurrando um melancólico e estrondoso grito de socorro. Apenas a
Federação Maranhense de Futebol (FMF) não ouviu as súplicas do Bacabal. Assim
como o BEC, o São José de Ribamar também chorou lágrimas de sangue. Entretanto,
o Peixe Pedra conseguiu manter-se na “elite” do futebol maranhense.
O BEC se
quer fez a última partida frente ao Araioses. Passível de punição? Claro! Mas,
como punir um time que já havia sido desligado das competições realizadas pela
FMF? Loucura? Já nem sei mais o que devo discernir, e ao que devo manter-me
acéfalo. O futebol maranhense, infelizmente, tem proezas que a minha vã filosofia
não consegue explicar. Nesses casos complexos de acefalia prefiro ficar refém
da minha compreensão amiúde.
Posso até,
por inquietação própria, buscar explicações para compreender a vida. Mas, nunca
serei intelectual suficiente para criar uma redação para aquilo que é
inexplicável. Não conseguimos expor considerações em relação ao que não
conseguimos construir uma ideia sólida. Uma compreensão consistente?
Infelizmente, não consigo escrever sobre aquilo que não tenho como entender.
Esperar a
participação do BEC na festança da última rodada do Campeonato Maranhense
Chevrolet 2014, depois de terem barrado o seu nome na portaria, é buscar na
escuridão da ignorância, respostas para ratificar a total incompetência
daqueles que dizem comandar o futebol maranhense.
Aqui, em
poucas palavras, chego á seguinte conclusão: quem deveria ser desligada do
futebol maranhense deveria ser a FMF, que antes da última rodada notícia o
desligamento do BEC em relação a qualquer competição realizada pela federação.
O BEC não é culpado por não ter viajado, e tão pouco pelo WO. A culpa de mais
um vexame protagonizado por um placar de WO é de inteira responsabilidade da
Federação Maranhense de Futebol (FMF), que comanda o futebol no estado, e nas
horas vagas se dedica a fabricar os mais escabrosos excrementos esportivos que
a humanidade tem notícia.