quinta-feira, 25 de outubro de 2012

O sórdido jogo político



A história tem mostrado no decorrer dos séculos que atos bizarros são premissas para grandes ruínas. Muitos homens destruíram seus patrimônios e levaram seus comandados aos escombros por caprichos ou alianças covardes que julgavam ter a mão firme das batalhas.

Muitas atrocidades foram realizadas, vários povos sucumbiram por vaidade de seus líderes e inimigos juraram-se até a morte, pois, a dignidade humana e a honra naquele período não aceitavam que um simples aperto de mão pudesse ser dado entre pessoas que se odiavam.

Ao passar dos séculos as coisas foram mudando, a história foi sendo reescrita e os inimigos foram ficando mais íntimos. Ainda assim, com muito custo, fui sendo testemunha de fatos exclusos e nebulosos que a política veio me apresentando diariamente.

Nunca imaginei ouvir de um homem público, que a única coisa que ele ainda tinha visto na vida política foi VACA VOAR. Pois é, o sr. Castelo certa vez bradou essa pérola, quando perguntaram para ele em certa ocasião se poderia ou não aliar-se a Sarney.  

Comentários esdrúxulos e debochados como este fazem parte do mundo vil da política maranhense. O nosso Estado está cada vez mais enlameado e imerso em uma areia movediça que nos puxa cada vez para baixo. É triste acompanhar os noticiários, pior, é assistir ao Horário Eleitoral Gratuito. São impropérios que jorram como loto de uma sarjeta que não cessa em expurgar excrementos.  

Mesmo com todo esse enredo em fase avançada de putrefação, ainda assim, por ingenuidade ou falta de análise técnico-política, nunca imaginei ver um candidato do PSDB, nascido e criado no berço da Ditadura Militar, filhote do coronelismo e da espúria da política nacional, pedir à Justiça Eleitoral direito de resposta por achar-se mais “amigo” ou parceiro político de um membro do PT. Logo o PT, partido que nasceu no final da Ditadura Militar e que ao longo da sua existência combateu os desmandos e denunciou as atrocidades do período de exceção. 

Esse membro do PT, também não é qualquer um, é a Excelentíssima Senhora Presidenta da República, Dilma Roussef. Mas, mesmo com essa justificativa, toda essa celeuma grita no mínimo ridícula em meus ouvidos. Quando, em algum dia, eu iria ver alguém do PSDB agarrar-se com tanta força como agora em uma personalidade petista. É incoerente, injustificável, sórdido, covarde e boçal. 

Em outrora, inimigos eram inimigos e sequer cumprimentavam-se. Atualmente, inimigos são amigos íntimos que se distanciam ou aproximam-se conforme os seus interesses. Essa realidade transforma a nossa política em algo cada vez mais enojador e ridículo. Aos que têm coragem de sujar as suas mãos, ou abraçar de forma fraterna o inimigo, as portas da política partidária estão abertas. 

Viva aos falsos, mas que não os alcunhem de Judas, pois esse talvez nem mereça ser comparado a alguns personagens dessa epopéia delirante que é a política suja e vil em seu mais singelo grau.

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