É incompreensível
a vontade quase inexorável que o meu coração tem em sofrer por um amor que só
lhe traz desilusão. Não consigo ausentar-me da sua presença, e por mais que eu
fique longe de você, sempre que percebo o seu retorno em acabo deixando com que
o meu coração tome as rédeas da situação. Esse sadomasoquismo é constante, mesmo
a minha razão dentro da sua mais pura sabedoria, vir humildemente avisar-me que
irei sofrer mais uma vez.
E assim, eu
acabo aceitando-te novamente e abro mais uma vez as portas bambas do meu amor,
que ainda nem sequer reergueram-se depois do último vendaval criado pela sua
partida. Nesse contexto, percebo que os meus valores foram postos em seu poder,
e você, indiferente, demonstra toda a sua total ausência de sentimentos.
Completamente
em pedaços, pouco importa-me as maldades e destratos que sofri em suas mãos, o
que interessa mesmo é tentar te esquecer. Assim, chego a suplicar que apague de
uma vez por todas, o meu rosto das suas lembranças. Essas recordações ainda
continuarão fazendo parte da minha vida, e as lágrimas terão o mesmo gosto que
tinham quando rolaram em meu rosto pela primeira vez.
Neste período
de completa ausência sua, eu consigo reaprender a viver e ressurgir das minhas
próprias cinzas, tal qual a Fênix. Entretanto, percebo novamente você adentrar
pela porta e, de forma complacente, deixo-te ficar outra vez. A normativa da
história que se repete, exibe no palco triste do teatro da minha vida, a epopéia
de um relacionamento vil em sua essência.
Não tarda,
estou imerso novamente em minhas próprias lembranças, sentido o gosto amargo da
mais pura solidão. E neste momento, só importa-me o que realmente você me fez,
espero que agora, você acabe com todo esse sofrimento de uma só vez, e fuja
para sempre da minha vida.
Em delírios solitários, imagino outra vez uma
fraterna conversa entre esses corações que ainda encontram-se unidos. Neste momento
de confidências imaginárias, o seu coração sussurra mais uma vez para saber se
ainda te amo. E eu, no alto da minha poesia e inocência sepulcral romântica,
deixo-me levar outra vez pela voz do coração, e assim, admito mais uma vez amar-te
com todas as minhas forças. Em súbita consciência repentina da razão, volto a
lembrar dos momentos de solidão que você proporcionou-me, e peço-te mais uma
vez – Não volte nunca mais para mim.
* Esse texto é uma homenagem singela a essa linda música.
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