A
cordialidade com seus convidados deve ser tão milimetricamente pensada, que em infinitos
casos, o anfitrião perpassa por dificuldades para poder oferecer conforto ao
seu hóspede. Ser anfitrião não é uma tarefa fácil, por isso, é facultada a poucos.
No caso do
futebol, vejo esse viés tomar a mão contrária. Ou talvez eu não saiba mais o
que seja “ser convidado” ou “colocar-se como convidado”. Anfitrião não precisa
ser poeticamente cortês com quem “coloca-se como convidado”. Nesse contexto eu
fico perdido. Afinal de contas Moto Clube e Sampaio Correa foram convidados a
participarem da Copa Nordeste, ou convidaram-se eles próprios através da
Federação Maranhense de Futebol (FMF) para participarem da competição?
Se ambos
foram convidados, não há sentido em aceitar que o Moto Clube custeasse as despesas
dos adversários. Sendo convidado a participar da Copa do Nordeste, o Moto e o
Sampaio não poderiam passar pela mais abstrata menção de arcarem com as
despesas dos times que fossem enfrentar em São Luís. Isso é loucura.
No entanto,
se ambos “colocaram-se como convidados” da Copa Nordeste, neste caso, é justo
que eles arquem com as despesas dos times que venham enfrentar. O que eu não
consigo entender, é a colocação etimológica errônea da palavra “convidado”.
Já nem sei
quem convidou e quem foi convidado. Quem se ofereceu e quem foi oferecido. Uma
coisa eu posso afirmar: se a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) não tivesse
garantido as despesas do Moto, o rubro-negro maranhense iria amargar despesas
de no mínimo R$ 180 mil.
São esses
joguetes de bastidores que não conseguimos entender. Confesso que faço um esforço
descomunal para desvendar os mistérios do nosso futebol. E assim, o nosso
futebol vai caminhando, como diria Lulu Santos “com passos de formiga e sem
vontade”.