segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Cabide de cortesias





Enfrentar o adversário sem acovardar-se, tendo a certeza da igualdade de forças no fronte de batalha, permeia as conquistas mais significativas daqueles que acreditam no trabalho desenvolvido. O sonho de acesso à Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro ainda é um norte perseguido com enorme ganância pelo Sampaio Correa. É notório, que diante de uma batalha tão grande e cheia de obstáculos, alguns tropeços são inerentes no caminho que o “Tricolor Maranhense” ainda terá que percorrer. Nem sempre é possível alcançar a vitória, mas a luta e entrega de todos deve ser sempre colocada à frente das críticas, principalmente quando essas são pejorativas. O Sampaio Correa está de parabéns por representar de forma brilhante o Estado do Maranhão.
A torcida maranhense é um show à parte e, leva o time maranhense a quebrar recordes de públicos em todas as divisões do futebol maranhense. Nenhum outro time do Brasil conseguiu manter a média de público do Sampaio Correa, e essa realidade, dar-se pelo trabalho que vem sendo realizado, se com excelência, essa é outra questão de devemos discutir em outro espaço. Pela presença em jogos do Tricolor Maranhense, dentro e fora do Estado, é que a torcida “boliviana” deveria ter ratificado o respeito necessário por parte de quem administra o futebol maranhense. É inadmissível o desrespeito corriqueiro dispensado aos torcedores maranhenses, e neste ensejo, englobo todos os torcedores do Estado. Não podemos mais aceitar o atos embusteiros de forma tão pacífica. Devemos gritar contra as ações desonestas tramadas nos porões do Estádio Castelão. É inaceitável a apresentação de público e renda inversamente proporcionais ao visto publicamente nos jogos realizado aqui em São Luís. O povo não é tolo, e o protesto da torcida tricolor no jogo Sampaio e Vasco, quando do anúncio da renda e do público pagante, foi um exemplo do poder de percepção dos torcedores maranhenses. Aprendemos a dimensionar espaços, mas parece que ainda não temos a combatividade de cobrar mais energicamente as diversas tentativas de nos transformarem em acéfalos.
O jogo ocorrido nesta terça-feira, 23, entre Sampaio e Vasco, deu demonstrações que ainda não estamos preparados para organizar eventos de tal magnitude. Ainda impera aqui no Maranhão, o “jeitinho brasileiro”, aquele faz de conta que tudo é uma bela e promissora festa. Aqui, mais que em qualquer outro lugar, existe o favorzinho em prol do favorzão. Alguns se vendem por pouquíssimos favores e acabem delegando poderes, que a priori seriam seus, para pessoas despreparadas e egoístas, que detém apenas do poder econômico e influência política. Qualquer um que tenha o mínimo de poder no Maranhão, tem acesso a favores inimagináveis. Qualquer pessoa que pense em mandar um pouco no Maranhão, é bajulado de forma desprezível por quem comanda o futebol maranhense.
A distribuição desenfreada de cortesias está tão acintosa, que o Setor das Cadeiras do Castelão estava superlotada, forçando torcedores a sentarem-se no chão. Muitos dos que ali estavam compraram ingressos a preços impraticáveis. Era vergonhoso observar aquela situação de desrespeito. O Setor das Cadeiras está transformando-se em cabide de cortesias. Os critérios para a distribuição dessas vantagens, se assim posso dizer, não são desconhecidos e, fica a sensação que qualquer pessoa que tenha o mínimo de influência em saiba lá o que, está inserida em um seleto grupo detentores dos favores dos comandantes do futebol maranhense. Por que distribuição de cortesias para membros da Polícia Militar do Maranhão? Para políticos em campanha? Essas questões apenas para citar alguns exemplos.
É necessário que respeitem mais o torcedor que compra ingressos, colabora com o seu time de coração, faz com que o espetáculo tenha cor e som. Não devemos aceitar mais esses acordos fúnebres acertados nos porões do “Comando Geral” do futebol maranhense. Respeitem o torcedor, sem ele o Castelão é apenas um estádio sem brilho e sem emoção.

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